sábado, 20 de setembro de 2014

Fragmentos de Fogo


E fervilhava cálida
A larva contida na câmara.
Os teus olhos defloravam meu espectro.

E o halo burilava o teu semblante
Encandeava estonteante e aquecia:
Noite de sol d’ hora sexta nos dias do estio.
Não havia a brisa, nem a gravidade.

E minh’ alma levitava e pairava sob os céus,
O véu se incendiava e a chaminé se enchia,
A larva quente dentro do meu peito fervilhava,
Fazia os meus lábios transbordarem a larva ardente
Que fluía pelo peito: amálgama de carne e paz.

“Antes da união dos gázeos, combinaram as almas tal encontro”
Nem nuvem, nem vapores, nem cinzas, nem nevoeiro…
Nada impediria a fusão de duas almas, duas almas perdidas.
A larva gela e solidifica as duas almas condensadas numa só.
Nem nuvem, nem vapores, nem cinzas, nem nevoeiro…
Nada impediria a fusão de duas almas, duas almas perdidas.