sábado, 30 de janeiro de 2016

Rei d'Un Sábado (e mais quatro meses)



Neste palácio onde já reinaram muitos fizeste-me o rei. Qual conto de fadas é tão belo? Sem carpete púrpura fizeste-me Rei pelos campos verdejantes, entre as árvores e no cume das rochas. Entrelaçaste as tuas mãos nas minhas e os teus olhos de tão verde faziam inveja às sequóias que procuramos, sem muito sucesso. E o brilho do sol não era mais belo do que o teu sorriso. Que magia é maior do que dar vida a uma árvore tombada com amor? Levaste-me tão alto e lá de cima víamos todo o reino à nossa volta, e lá bem longe o mar. Levaste-me tão alto, lá em cima, onde pude sentir-me mais leve do que uma pena. Ser rei nos dias de hoje não é para qualquer um. Tu, só tu és capaz de coroar-me assim, sem nenhum ornato em ouro, somente com o teu carinho e amor. 

Sonetto in Preghiera

Peço sabedoria para agir
Se é que ainda está alguém por aí,
Se é que ainda está alguém por aí a ouvir-me.

Peço sensatez a quem eu sei que existe,
Mas a quem eu não conheço,
Muito menos sei quem é.

Peço paz para que tudo se una
E corra no mesmo curso,
Em águas plácidas e cristalinas 
E onde eu possa renascer.


Peço ânimo se ainda o merecer
Não por mim, mas pelas almas que me luzem
No âmago do meu ser estéril e incapaz,
Neste corpo onde preferia não existir.


Já não peço. Imploro-te e os meus olhos se afogam.