segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Seis e Seis (Versos de uma Insónia para Compor uma Melodia)



Hoje eu não vou dormir,
Vou estar aqui antes do sol nascer.
Hoje pode até se avermelhar a esclera:
Vou privar o meu sono e sonhar acordado.

Hoje eu não vou dormir,
Vou até ver se há café para beber.
Hoje ninguém vai estar à minha espera:
Vou ver a lua se apagar sorrindo, aluado.

De tempo a tempo eu olho para a claraboia.
Estou à espera do clarão de alvorada.
Ouço uns barulhos estranhos, que paranoia!
Será uma vizinha que ainda está acordada?

Hoje eu tenho que ir à rua,
Vou à botica buscar o meu preparado.
Hoje a minha mãe faz aniversário, é verdade!
Vou pensar em algo bonito para poder lhe dizer.

Hoje eu tenho que ir à rua,
Vou com prazer, estou saindo com agrado.
Hoje, ser for à Mercês, não quero ver o abade!
Vou tentar ir cedo se for preciso para me tolher.

De tempo a tempo eu olho para a claraboia.
Estou à espera do clarão de alvorada.
Ouço uns barulhos estranhos, que paranoia!
Será a minha irmã que já está acordada?

(Eu acho que não vou conseguir…
Uaaaah, que sono.
Mas eu não vou dormir!
Tic-tac... Zzz…)

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