quarta-feira, 16 de maio de 2012

Any Shell is totally Waterproof. So I keep loving you, always


Que o passado viva no passado deixando de amedrontar quem hoje vive.
Que a ferida se cure, os pontos se fechem e a cicatriz desapareça por completo.
Que o medo e as barreiras por se ultrapassar não sejam obstáculo ao sentimento.
Que a simplicidade e a pureza da alma perfurem o teu escudo maior que o mundo.

Ah, razão, razão! És tu o maior problema nestas horas.
Apartai-te. Só por agora desapareça por completo.
Deixai os sentimentos ladrilhar os caminhos.
Suplico-lhe! Sentimentos e nada mais.

Que o presente não se finde no medo de um cigarro fumado à beira-rio.
Que a sede de felicidade não seja engolida pelas ondas da insegurança.
Que o que quer que seja isso entre nós seja crescente como a lua de ontem.
Que a inocência do espírito esteja sempre presente, em qualquer língua. 

Ah, razão, razão! És tu o maior problema nestas horas.
Apartai-te. Só por agora desapareça por completo.
Deixai os sentimentos ladrilhar os caminhos.
Suplico,lhe! Sentimentos e nada mais.

Que o futuro possa ser  a esperança de uma cumplicidade eterna.
Que a efemeridade maculada da carne não estorve a pureza do espírito.
Que o amanhã seja motivo de regozijo e não de lágrimas por verter.
Que a vida saiba o rumo deste vendaval pelo qual me deixo levar.

Ah, razão, razão! És tu o maior problema nestas horas.
Apartai-te. Só por agora desapareça por completo.
Deixai os sentimentos ladrilhar os caminhos.
Suplico,lhe! Sentimentos e nada mais.









domingo, 13 de maio de 2012

Sorry If I Hurt You, Because I keep Loving you, always.

Nem algemas,
Nem mordaça,
Nem venda.
Nada me prende,
Nada me acorrenta.

Esperei no tempo,
Escolhi o percurso,
Elaborei o plano,
Estudei o erro,
Eliminei a mácula.

Agora só a mim cabe
Apenas falar.
Ardo por dentro, pois
Amo a quem vou ferir
Ando a espera de sangue frio.

Continuo a viver
Com os dias a passarem
Caminhando em vão
Contando o tempo.
Coragem, está tudo nas tuas mãos.





sexta-feira, 11 de maio de 2012

Yes, I messed up! (But keep loving myself, always.)

Foi quando os olhos deparam-se com a fronte muito próxima da parede. Foi um grande susto para ela. Por instantes, parada, questionava o seu erro, ou acidente. A música continuou e ela quase que num estalo despertou daquela hipnose, recompôs-se, subiu outra vez para a ponta dos seus pés. Por dentro, amaldiçoava deus e o mundo, quase que sentia as lágrimas a correrem no seu interior, mas por fora, estava sorridente e perfeita como se nada houvesse acontecido. E voltou para o centro, onde os focos de luz lhe impediam de ver quem a assistia. Por vezes é melhor assim. Ao não sabermos quem nos assiste,  o medo de falhar diminui.

Acidentes acontecem, não podemos prever, muito menos culpar-nos por eles. É uma fatalidade não premeditada que se pudéssemos, evitávamos, tal como o erro. A diferença é que o erro é culpável, embora seja fatalidade não premeditada. Chama-se negligência. Muitas das vezes por falta de coragem chamamos acidente a um erro. Passamos a culpa para outro, ou mesmo para ninguém. Culpamos tudo, menos nós mesmos. Acto de cobardia da nossa parte. Há-que se ter coragem e cara lavada para se dizer "eu errei". É sempre mais fácil culpar os outros. Contudo, pelo erro (também) aprendemos. Se não identificarmos o nosso erro como culpa, não nos servirá de lição, pois a culpa não foi nossa e o que estava errado não será corrigido.

Errar é humano. Não como desculpa do nosso erro, mas sim como o ponto de situação de que reconhecemos o erro e da próxima vez será diferente. Mais que um acto de coragem, reconhecer os erros é um acto de sabedoria.  Ao identificar o erro, automaticamente procurámos uma solução. Um acidente, "bem, não foi minha culpa. É melhor corrigirem as falhas do palco"; e nada fizemos para que a situação se resolvesse. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

Sweet Big Teddy Bear (But keep loving you mom, always!)

- Então, acordado por estas horas? 
-Sim, não consigo dormir... Tive um pesadelo horrível e tenho medo de dormir novamente e o pesadelo continuar...

Fecho os olhos. A história já foi contada e é hora de dormir. As luzes se apagam. Vejo-te a sorrir para mim, mamã, a vir na minha direcção. Estranhamente o cenário está preto e branco... Não consigo perceber! Ouço a tua risada feliz, os pássaros a cantar e o rio a correr ali a diante. Os meus pés rapaz travesso batiam ansiosamente no chão, como o meu coração que rufava pela tua chegada. Continuas a correr na minha direcção. Estavas tão linda com os cabelos ao vento, no meio das flores perfumadas, tudo tão doce como as frutas daquela árvore onde estou à sombra. Vejo ao fundo as vacas, bem ao longe no pasto, E olhando um bocadinho para cima vejo um avião a pintar o céu, de poucas nuvens e um sol radiante. No mesmo instante passa a minha frente uma linda borboleta, que desenha no céu várias  formas e me fazem viajar na sua viagem... Distraio-me neste lindo cenário... É quando te perco de vista! "Mamã, onde estás?" E chamo insistentemente por ti, cada vez mais alto, e começo a chorar e a gritar, pois perdi-te de vista! "Por favor mamã, aparece!!!" 

No mesmo instante acordo assustado. Foi só um pesadelo que atormentou o meu sono. Tinha lágrimas nos olhos... Foi tudo tão real, que ainda consigo sentir o cheiro de tudo. Estava a transpirar e a respiração ofegante. Foi quando olhei para mim e eu já não era mais aquele miúdo do sonho mal. Aliás, era, porém os anos já se haviam passado e eu tinha crescido. Não queria dormir novamente, pois não queria voltar para aquele pesadelo. Não queria , nem quero, perder-te, mãe!

Quando miúdo, abraçava o meu peluche, cerrava os olhos e tudo se esquecia! Gritava por ti, e vinhas a correr, dizendo "calma, já passou, foi só um sonho mal". Agora é tudo diferente. Hoje não te tenho aqui. O tempo passa, e crescemos, num piscar de olhos. Quando vemos, até peluches saem das camas (na maioria das vezes)! 

Surgem por vezes, depois de crescidos, pessoas que nos aconchegam (mesmo virtualmente) quando os pesadelos invadem os nossos sonhos. Sonhos a dormir, ou sonhos acordados. A vida por vezes dá um nó e se complica no mundo dos grandes e eu não fazia ideia. Muitas vezes dói aprender, não há rodinhas auxiliares na bicicleta, e temos que cair para aprender. E custa muitas vezes levantar depois de cair. Aqui surgem os nossos "peluches com vida", chamemos assim àquelas pessoas que nos suportam quando mais precisamos e que estão aqui, realmente e que não proferem somente o "estou aqui, conta comigo para o que precisares", estão mesmo ali!

Obrigado ao meu peluche, que mesmo eu sendo esta criança, com pesadelos de criança, num mundo de adulto e caminhos confusos na jornada da vida, está aqui, para eu o abraçar e cerrar os meus olhos, em contendas (mesmo virtualmente).


Bang! Bang! But Keep Loving, Always.

E mais um dia o sol se põe. A lua surge, cintilante e o céu em breu se pinta, trazendo o medo, a tristeza e o arrependimento  de mais um dia vivido, em vão. Nada tem sido como se esperava: desde que o pássaro foi solto, de asas abertas voou, sem rumo, nem direcção. Voou pelo belo horizonte somente. Mas agora a noite chegou e o pássaro que sem rumo voou enquanto o sol pairava sob o imenso universo, agora não tem ninho onde repousar. Agora a lua surge, traiçoeira e cintilante e o céu em breu se pinta, num piscar de olhos, trazendo o medo, a tristeza e o arrependimento de mais um dia vivido, em vão. 

Amanhã se faz dia e outra vez o sol surgirá no horizonte, rasgando os véus da janela, instigando os olhos, "pois hoje também é dia", diz ele. E novamente levanta-se, encara a sua face no espelho e repete mentalmente: "hoje não será como ontem, afinal é outro dia". Lava o rosto com água fria para despertar, veste-se de coragem e calça a ousadia. "Aqui vamos nós", não há tempo a perder, porque o tempo não pára quando, por vezes, se pára, tudo continua em movimento, independentemente das paragens, é o ciclo. 


Está na hora de sair desta capa protectora e encarar realmente quem se é e viver, sem pensar no que podia ser. É imutável a essência e por mais que digam que não é assim, é a tua índole. Agora é vivê-la, somente, custe o que custar. Projecções em outros não são base, nem projecções dos outros  nele será futuro. Ele, só ele.