É deveras surreal a capacidade que tens de me prender sem cordas e
dominares o meu corpo e sentimentos sem estares presente. Quando me tomas pelo
colarinho e mostras que dominas qualquer parte do meu ser contigo, seja
presente, virtualmente, ou somente quando és fruto da minha mente por pensar em
ti constantemente, só me ocorre que não precisas de o fazer, porque há algum
tempo que me rendi e sou teu cativo.
É puro prazer o que desencadeias sem algemas nem mordaça, quando me
mostras que és tu quem manda. Eu me rendo, sem resistência, como se qualquer
tortura se tornasse em ternura por contemplar o teu sorriso. Submeto-me ao que
tu queres, porque o teu prazer faz-me sorrir como um miúdo, mesmo quando está tudo
controlado e eu não tenho controlo nenhum sobre mim, nem sobre nada e está tudo
nas tuas mãos.
São mais do que palavras, ou do que o toque. É dentro dos teus olhos onde
eu vejo refletido os meus pulsos vermelhos acorrentados, e o suor inseguro a
escorrer pelo meu pescoço, enquanto tento dizer pela mordaça “por favor, não
vás”. Não precisas dizer-me. Nem precisas tocar-me. Eu sei que és tu sem o
fazeres. Mas quando tocas…
Sem comentários:
Enviar um comentário